Introdução
Conhecemos o Brasil como um país rico em diversidade étnica e cultural, plural em sua identidade: é índio, afro descendente, imigrante, é urbano, sertanejo, caiçara, caipira... Contudo, ao longo de nossa história, têm existido preconceitos, relações de discriminação e exclusão social que impedem muitos brasileiros de ter uma vivência plena de sua cidadania. Através da música se pode romper tais barreiras de modo a cultivar nos alunos aspectos de manifestação regionais.
O documento de Pluralidade Cultural trata dessas questões, enfatizando as diversas heranças culturais que convivem na população brasileira, oferecendo informações que contribuam para a formação de novas mentalidades, voltadas para a superação de todas as formas de discriminação e exclusão. Os modos didáticos pudemos comparar ações semelhantes entre a música cotidiana do aluno e a música popular de tempos remotos.
Uma das motivações mais usadas é a identidade do qual goza o compositor, quando a musica for letrada. Pudemospor em um “prisma” a musica produzida por uma certa classe social de tempos distintos e ver o fator retrato do envolto. Porem se é necessário começar do básico. As técnicas musicais são importantes para que possam entender outros gêneros se não os de cotidiano.
Ver a música como uma expressão de jogos numéricos e conjuntos, pode ser útil para ingerirem diversos ritmos isentamente. No primeiro momento evita que vejam um tipo de música com conceitos preconceituosos. Aos poucos irão ver a ciência antes das letras. Nesse momento o aluno estará aberto para absorção de novos estilos com cargas históricas e culturais. Cuidado, não se pode pregar o estilo de preferencia do doutrinador, a intenção é fazer com que os doutrinados descubram os estilos, e eles escolham os estilos de que gostam.
No final dessa oficina pretende-se criar uma diversificação maior de apreciação dentre os alunos fazendo com que saibam a cultura dos pais e do mundo através da expressão artística.
Justificativa
PCN Vol. 10.2-PLURALIDADE CULTURAL
[...]Este documento pode ser lido de acordo com as necessidades mais imediatas do professor, mas deverá ser considerado em sua totalidade, formando, assim, uma fonte de consulta e de pesquisa.[...]
[...]É importante salientar que cabe às equipes técnicas e aos educadores, ao elaborarem seus programas curriculares e projetos educativos, adaptar, priorizar e acrescentar conteúdos, segundo suas realidades particulares, tanto no que se refere às conjunturas sociais específicas, quanto ao nível de desenvolvimento dos alunos.[...]
[...]Esse é um trabalho que, embora complexo, pode ser prazeroso e motivador na sala de aula, por falar de perto da realidade de vida daqueles que ali ensinam e aprendem, pela enriquecedora oportunidade de conhecer as histórias de dignidade, de conquista e de criação, de culturas e povos que constituem o Brasil, de tudo que, sendo diverso, valoriza a singularidade de cada um e de todos. (PCN vol.10.2)
Diante do desafio e das dificuldades em transformar as aulas de Geografia em um instrumento capaz de despertar o senso crítico dos alunos, algo imprescindível à sua formação cidadã, os professores freqüentemente têm encontrado grandes dificuldades para atrair a atenção de seus alunos, especialmente nas discussões de temas que esses últimos consideram enfadonhos se maçantes. Geralmente, trata-se de temas relacionados ao meio ambiente, sobretudo seus desdobramentos políticos, econômicos, bem como as contradições e os conflitos sociais. Desafio ainda maior tem sido o de estimulá-los a participarem ativamente de atividades que pretendem encaminhar a discussão de tais temas na sala de aula. Na era da informação fácil, descartável, de utilidade e relevância muitas vezes duvidosa, tem sido cada vez menos atrativo debruçar-se sobre numerosas páginas de textos didáticos, ou mesmo outros recursos ditos convencionais. Isso resulta, muitas vezes, em monólogos, em que os alunos tornam-se meros expectadores, sem nenhuma participação crítica nas discussões eventualmente travadas.(artigo. A música como um recurso alternativo nas práticas educativas em geografia: algumas reflexões Hélio Carlos Miranda de Oliveira, Marcelo Gonçalves da Silva, Aristóteles Teobaldo Neto, Vânia Rubia Farias Vlach).
Aliar essa facilidade de assimilação encontrada nos mais diversos gêneros musicais às propostas metodológicas e curriculares das ciências pode gerar bons resultados. Dificilmente se encontrará algo mais atrativo, entre crianças e jovens, do que o compartilhar suas preferências, sua reprovação ou aprovação às obras musicais, com seus colegas e professores.
Ambos os textos acima, deixa de forma eficiente o porque da musica na escola. Este projeto pretende fazer cumprir as expectativas citada, dentro das capacidades do aplicador.
Execução 1
O ouvinte antes de tudo tem que entender e dominar conceitos técnicos de análise musical. O conceito de pulso é importante pois faz com que o doutrinado entenda a música como algo vivo. Reforce a importância sempre que necessário, ressalte os momentos de tocar, para cada aluno o seu espaço de atuação na música assim entenderá o mesmo que se tocar fora deste espaço ira atrapalha o espaço alheio e se não tocar atrapalhara a sonoridade proposto. Um bom compasso para usar neste método é o quaternário. A textura e timbres também são de devida importância para uma futura abordagem de instrumento.
O conceito de instrumento é bem amplo, deixe que eles façam do local onde é ministrada a aula uma especie de laboratório. Peçam para que cacem diversos timbres, e depois equilibre os instrumentos para que os timbres não ressaltem. Marque o compasso com o timbre mais grave, é importante que os alunos marquem o compasso e que comece lento para que possa ressaltar a noção de espaço. Marque o compasso contando os números, se um ritmo quaternário, fale 1,2,3,4 e repita o processo uma ou duas vezes antes de começar a compor. Sugira primeiro uma batida simples cada timbre em um número, aos poucos transcenda, a intenção é que façam partículas diversas na música. Faça contraste nas funções de maneira harmônica a proposta que os alunos criarem. Nesse primeiro momento sempre intervenha para que possam instigar ainda mais o processo criativo e desafiar a capacidade de cada um. Na medida em que forem dominando os desafios de espaço da música procure brincar aumentando a velocidade do pulso e mantendo eles nos mesmos números de atuação. Use intervalos curtos e longos.
A noção de contratempo vem naturalmente na medida em que os doutrinados adquirem a capacidade de respeito ao espaço musical. Nesse ponto estarão aptos a interagirem entre si com instrumentos convencionais.
Execução 2
Nessa fase podemos trabalhar a construção de instrumentos para que os alunos possam conhecer aspectos harmônicos dos instrumentos. Os alunos que já possuem conhecimento de física fica a dica de explicar fenômenos do tipo construção de escala pelo teorema de Pitágoras, é bem interessante.
Alguns instrumentos são extremamente fáceis de fazer e da noção de conceitos harmônicos que serão necessário para o domínio de outros instrumentos.
Planetário:
Esse instrumento é construído sob uma caixa acústica de maderite de 2,5cm. As medidas da caixa são as seguintes: 120 centímetros de comprimento ,75 centímetros de largura e 25 centímetros de altura. Este instrumento ainda possui dois orifícios para a saída de som, uns deles está localizado na parte lateral e suas dimensões são as seguintes: 35 cm de comprimento e 2 cm de altura. O segundo orifício está localizado na parte frontal e possui o formato de um círculo de 10 centímetros de diâmetro.
São utilizadas 15 mangueiras cirúrgicas de látex com 9 milímetros de diâmetro e comprimento inicial de aproximadamente 20cm como cordas. Essas cordas são amarradas diretamente na madeira em um dos lados, enquanto no outro elas são fixadas em parafusos com a cabeça aberta para que possamos controlar a tensão das cordas.
Chocalho e Ganzá
Chocalhos são feitos com canos de metal ou de plástico, ganzás são feitos de pequenos cestos entrelaçados. Como esses cestos são geralmente feitos à mão, eles existem em diferentes tamanhos e formatos, assim como os instrumentos de metal. São enchidos com areia ou pequenas pedras. Muitas vezes 2 ou 3 canos são acoplados para um som mais forte, necessário por exemplo para uma escola de samba desfilando no carnaval.
Garrafas de vidro:
Esse instrumento é feito com garrafas de vidro de 355ml (long neck). Ao preenchermos as garrafas com quantidades específicas de água podemos imitar o som de uma flauta pan. Podemos utilizar esse instrumento para mostrar as relações entre coluna de ar vibrante e nota musical emitida por esta.
Conduíte:
Instrumento feito com tubos utilizados para passagem da rede elétrica em residências. Como este é um tubo flexível podemos girá-lo com diferentes velocidades, pois dessa maneira excitaremos os modos superiores de vibração.
Pan Inclinado:
Este é um instrumento de percussão temperado constituídos de 8 canos de PVC com 40 milímetros de diâmetro. Os canos têm seus comprimentos calculados com o intuito de se reproduzir uma escala diatônica temperada. O suporte para os canos é feito com sarrafo de pinho, ele possui uma inclinação de aproximadamente 45 graus, mas é possível mexer nessa inclinação se for necessário.
Com pelo um desses instrumentos você consegue ilustrar serie harmônicas e diversificar mais a aula. Outra atividade proposta consiste em pedir aos alunos que estes criem suas próprias escalas com o auxílio do planetário ou os das garrafas de vidro. Essa construção pode ser feita de duas formas diferentes: Uma delas é aleatória, eles podem mudar o comprimento das cordas sem regras, e a outra seguindo uma regra.
Ao fim dessa construção podemos verificar se é possível a execução de alguma música com as escalas construídas. Podemos ainda dar um contexto histórico citando as concepções pitagóricas de que o número 10 representa a perfeição, e por isso ele acabou utilizando o a construção da sua escala baseada no ciclo das quintas, pois os intervalos utilizados por ele eram: 2/3,3/4 e 1/2. Todos eles utilizam 1,2,3,4, que somados resultam em 10. Podemos falar que Zarlino ainda tinha esse caráter místico nos números, pois ele passou a definir o número seis na formação de suas consonâncias.( Ribeiro, Artur Andrés; UAKTI, um olhar sobre o instrumento)
Acrescentar à aula com dados científicos e históricos promove a presença da música na escola.
Execução 3
Essa etapa é a mais definitiva e a mais longa de todas. A exploração dos ritmos musica. É preciso saber tal importância antes de falar de ritmos musicais. O Ritmo vem do grego Rhytmos e designa aquilo que flui, que se move, movimento regulado. O ritmo está inserido em tudo na nossa vida.
Nas artes, como na vida, o ritmo está presente. Vemos isso na música e no poema. Temos a nos reger vários ritmos biológicos que estão sujeitas a evoluções rítmicas como o dos batimentos cardíacos, da respiração, do sono e vigília etc. Até no andar temos um ritmo próprio. (Werner Thomas: Musica Poética. Gestalt und Funktion des Orff-Schulwerks. Pag. 14)
Sempre que for falar de ritmos musicais case uma característica, historiográfica ou literária, assim os alunos vão fazer maior relação quando estiverem aprendendo. Os alunos que não tiverem muito interesse nas aulas passarão a guardar informações pois serão valiosas para um momento de prova ou aqueles que ainda não entendem a matéria referida, se o caso de literatura, instigarão em si a vontade de saber o que é por completo. Não perca o foco o doutrinador deve saber a todo momento que ele é um professor de musica, nunca adentre mesmo que domine muito na matéria, pois pode acabar atrapalhando seu ritmo de aula.(Carl Orff, Gunild Keetmann: Musik für Kinder. Pag.117)
O objetivo maior dessa oficina é fazer com que os alunos saibam analisar vários estilos pela técnica de tocar e pela história e locação social.
Este módulo deve ser feito com instrumentos convencionais pois devem focar na técnica de execução dos mais variados estilos, mais uma vez o professor deve ser isento e ensinar estilos diferentes. As vezes é necessário definir um limite máximo de aula para cada ritmo novo. Aconselho três aulas geralmente é o necessário.
Anote as facilidades e dificuldades individuais de cada doutrinado, isso ajuda a montar um perfil para uma possível apresentação. Muitos apresentarão dificuldade em uma e muita facilidade em outras, fenômeno que se deve ao hábito auditivo de cada um, ou seja, tocara com mais facilidade o que escuta com mais freqüência, no geral nota-se que não existe ritmo de facilidade mútua. ( Metodo Orff pag. 87. Carll Orff)
Execução: Weverton Henrique
Oficineiro: Weverton Henrique
Elaboração: Franz G. Piragibe